sexta-feira, 8 de maio de 2009

Perdemos uma companheira, ganhamos um desafio.

Por Júlio Lázaro Torma
A noticia caiu como uma bomba,naquela noite de 1º de Maio, ao receber a noticia de que,"A Bete do MTD, faleceu tragicamente em um acidente".
A amiga Elizabete Nogueira Pires,falece tragicamente em um acidente de transito as 14:30 hs,na BR 116 no distrito do Pavão em Capão do Leão(RS),quando retornava do enterro do educador popular e militante do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), Osmar que havia sido sepultado em Herval (RS). O acidente que ceifou a jovem Bete envolveu o seu Fiat Uno,um Renault Clio e um Fiat Prêmio. Elizabete nasceu em Pinheiro Machado(RS) em 1973; era mãe de tres filhos um menino e de duas meninas,sendo a mais nova de oito meses, era formada em Serviço Social pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL). Conheci a Bete em uma manifestação do MTD(Movimento dos Trabalhadores Desempregados), na Praça Coronel Pedro Osório em 2004, quando ela cursava Serviço Social. Depois em diversas ocasiões em reuniões, encontros de formação,manifestações do MTD e nas ruas de nossa cidade. A última vez que conversamos foi no dia 25 de Abril, quando ela me telefonou,me lembrando do encontro de preparação da 12ª Romaria do Trabalhador e da Trabalhadora, naquele sábado conversamos um pouco. Ela iria participar conosco da Romaria, mas não pode ir participar conosco devido ao enterro do companheiro Osmar em Herval. Ela foi membro da coordenação municipal do MTD em Pelotas e da direção estadual; atuou como educadora popular do Taller, ajudando na formação cidadã das pessoas que participam ou não dos nossos movimentos e pastorais sociais. Ela ajudou muito na preparação e divulgação da Romaria do Trabalhador/a.
Ela foi uma guerreira,que tinha muita disposição e desprendimento; além de transmitir a experiência e os conhecimentos adquirir idos na academia, pelo bem do povo pobre e excluído. Era uma pessoa alegre e a sua alegria contagiava a todos e uma mãe carinhosa e dedicada a sua familia. Com a sua morte perde os filhos a mãe, os pais a filha,os irmãos a irmã, o namorado a namorada, os amigos e amigas a amiga e os movimentos sociais uma grande militante.A sua vida tão jovem e precossemente arrebatada de nosso meio ,nos deixou uma frase que nos dizia sempre e que moveu a sua vida:"Enquanto houver injustiça temos que lutar". Nós militantes sociais "perdemos uma águia" e uma companheira, mas ganhamos um grande desafio para a nossa luta e caminhada.
O Desafio deixado pela Bete é continuarmos a luta na qual ela se doou de corpo e alma,na construção de um outro mundo mais justo, do outro mundo possível e necessario para vivermos. O respeito para com os pobres da cidade e do campo. ''Se o grão de trigo não cair na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre produz muitos frutos" (João 12,24). O sangue de Bete, derramado no asfalto, se une ao sangue de milhares de trabalhadores e trabalhadoras e de lutadores e lutadoras sociais, que morreram defendendo a vida, lutando e construindo um outro mundo possível. Ela tombou mas outros se levantarão. Mas ela não morreu continua presente nas lutas e vitórias da classe trabalhadora. Pois "Quem vive no coração do povo jamais morre". Nós nos solidarizamos com a familia nesse momento difícil e com todos e todas do MTD.
BETE,PRESENTE!

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